A atriz Isadora Studart sempre teve uma forte conexão com o exterior. Se formou em Nova Iorque como atriz onde morou por quase 4 anos e participou de curtas- metragens da NYU (New York University) e NYFA (New York Film Academy). Nos palcos, integrou o elenco da peça “Sex, Relationships and Sometimes Love – Off-Off Broadway escrita e dirigida pela americana Joelle Arqueros e também a peça “Vanity’s” que teve turnê em NY, SP e RJ dirigida pela Estrela Straus.
Atualmente, Isadora que é formada pela Lee Strasberg Theater and Film Institute em Nova Iorque comemora o fato de atuar em “Banged Up Abroad” – Férias na Prisão. A famosa série da Nathional Geographic é narrada por pessoas reais que viveram as situações e os atores interpretam os relatos.
Vale lembrar que, a série internacional já foi responsável por lançar nomes como o da atriz Rose Leslie, a famosa intérprete de Ygritte na série “Game Of Thrones” da HBO. Na produção que estreou nos EUA no dia 4 de março e ainda está prevista para estrear no Brasil, Isadora interpreta uma detetive policial.
Tendo experiência em diversas funções na área artística, dentre elas como atriz, apresentadora e cineasta, Studart também atuou na parte de direção e produção em vários projetos, dentre eles o curta – metragem “Desconstruindo Maria”. O filme em que assinou a assistência de direção foi realizado em 2021. O projeto foi contemplado pela Lei Aldir Blanc e teve uma equipe composta 90% por mulheres.
Um outro grande destaque é o canal no Youtube “Panela de Pressão”, onde é uma das fundadoras e diretora da websérie transmitida que foi indicada ao prêmio de melhor websérie pelo noticiasdetv.com. O canal não recebeu nenhuma verba e foi realizado por ela e outros amigos com muita determinação mesmo sem patrocínio. Isadora também participou de outros trabalhos em que podemos citar a participação na série “Os Homens São de Marte” da Mônica Martelli no canal GNT e agora aproveita sua estreia na Nathional Geographic ansiando pela vinda da série para o Brasil.
Com projetos em andamento, Isadora é uma das idealizadoras do “Mesa de Bar”, escrito por Hugo Montaldi e criação colaborativa do Studio M produções. Isadora participará como atriz nessa série de comédia, dividida em 13 episódios, com duração de 35 minutos cada. A história passará durante alguns “Happy hours” em um alternativo bar do Rio de Janeiro, cenário para o encontro de quatro amigas: Luciana, Mayara, Suzana e Patrícia.
“Idealizamos o Mesa de Bar com vontade de criar uma série que não fosse mais do mesmo.
Um desejo de quebrar padrões sociais e também estéticos de gravações. Uma história que contasse com lugares atípicos como um bar completamente “surreal” (literalmente o nome do bar, que fica em Botafogo e é o maior barato) um bar onde mulheres se reúnem para tomar umas, trocar suas experiências de vida, altos e baixos e compartilhar situações inusitadas. Cada uma com sua personalidade, sexualidade e problemas dos mais variados”, explica Isadora.
O ator Anselmo Vasconcellos, pai de Isadora, também está na direção da série. Não é a primeira vez que pai e filha trabalham juntos, durante a quarentena ela participou das gravações que o pai fazia em casa para o programa ZORRA.
“Trabalhar com meu pai é incrível. Ele é um grande artista. Trabalhamos juntos no Zorra quando fiz a segunda assistência de direção auxiliando nas gravações remotas do programa. E já trabalhei dirigindo meu pai na webserie “Panela de Pressão” que sou uma das fundadoras, no episódio “Pai” que os roteiristas escreveram com muito carinho e nos divertimos muito gravando. Em ” Mesa de bar” vamos embarcar juntos nessa ideia estarei como atriz e ele como Diretor, criador e criatura criando juntos”. – Finaliza.
Foto: Gabriel Valadão
Confira nosso bate-papo com a diretora e atriz Isadora Studart:
- O que o seu trabalho como diretora significa para você?
Dirigir pra mim é uma inspiração e aprendizado constante, uma extensão do meu trabalho como atriz. É uma voz no subconsciente que tem uma maneira particular de interpretar histórias e criar conexões.
Entender todo o funcionamento por detrás das câmeras auxilia muito quando se está na frente delas e vice versa.
Uma responsabilidade de administrar e guiar um conjunto artístico com o coração.
- E o de atriz?
Ser atriz é transbordar-se, conhecer e investigar a si mesmo para preencher um papel. Temos tantas características em comum e também opostas aos personagens. Reconhecer isso e servir a esse propósito é instigante.
Trabalhar a imaginação e usar as ferramentas das nossas vidas para dar vida a uma personagem é uma troca enriquecedora.
É um processo contínuo de estudo, de construção e desconstrução pessoal.
- A produção do curta metragem ¨Desconstruindo Maria¨ tem qual significado para você?
Orgulho de ter participado de um curta metragem com uma equipe majoritariamente composta por mulheres.
Ainda há muita luta pela frente, vivemos numa sociedade machista e desigual que infelizmente ainda oprime muito as mulheres.
Hoje estamos cada vez mais fortalecidas e empoderadas, estamos deixando bem claro que os tempos de patriarcado mudaram e são completamente ultrapassados
“O lugar da mulher é onde ela quiser”.
O curta desconstruindo Maria dialoga sobre isso de uma forma didática mas ao mesmo tempo inteligente e atual.
- Como foi participar de uma série ao lado da Monica Martelli?
Um presente e um gostinho de quero mais.
Monica é incrível, quando a assisti nos palcos e nas telas pela primeira vez, me identifiquei na hora, tenho uma admiração enorme por ela.
A forma como ela conduz a comédia é genial.
A arte é muito sobre isso, experências das nossas vidas que vão se encaixando nos personagens, nas histórias e abrindo espaço para as identificações e reflexões.
Eu amo trabalhar com comédia, é libertador e contagiante.
E como diz nosso eterno Paulo Gustavo – Um ato de resistência.
- O que pode nos contar sobre sua participação na Banged Up Abroad- Preso de Férias?
Experiência única. Lembro como se fosse ontem quando fiz o teste. Na banca estava o Diretor britânico Robin Dashwood, um gentleman e sua assistente de direção, e mesmo atuando numa lingua que não é a minha de origem foi um dos mais desafiadores testes que já fiz.
Inicialmente fiz o teste para interpretar a mulher do mafioso, mas recebi no dia seguinte o call back da produtora de elenco dizendo que eu seria a detetive policial. E realmente fez muito mais sentido. Filmar numa prisão de verdade desativada e deteriorada foi impactante. Recriaram no Rio de Janeiro uma penitenciária do Panamá considerada uma das piores do mundo. Uma energia densa mas que contribuiu para o clima da cena. Equipe fantástica envolvida.